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Indígenas realizam Mobilização Nacional nesta quinta-feira, 31

Nesta quinta-feira, 31, encerrando as atividades do #JaneiroVermelho – Sangue Indígena, Nenhuma Gota a Mais, os povos indígenas realizam uma série de ações em todo país com o objetivo de denunciar a crescente ameaça que os povos originários e seus territórios têm sofrido, bem como os retrocessos impostos pelo Estado brasileiro. Estão previstas ações em pelo menos 22 estados e no Distrito Federal, onde também será realizado a coletiva de imprensa, às 15h em frente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No exterior, também estão sendo organizados atos em pelo menos seis países, entre eles a Suíça, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Portugal e Irlanda.

Organizações indígenas e indigenistas veem com preocupação as declarações do presidente Jair Bolsonaro, abertamente contrárias aos direitos dos povos indígenas e demais povos tradicionais. Já no primeiro dia de governo, ele assinou a Medida Provisória (MP) nº 870, que transfere para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a atribuição de identificar, demarcar e registrar as terras indígenas (TIs), promovendo o esvaziamento da Fundação Nacional do Índio (Funai), o órgão indigenista oficial do Estado brasileiro.

A MP também retira da Funai sua principal função, delegando aos representantes do agronegócio o poder de decidir sobre a demarcação dos territórios tradicionalmente ocupados pelos povos indígenas. Tal medida é carta branca aos ruralistas para ditar as regras sobre demarcação das TIs, já que a titular da pasta, Tereza Cristina, representa os interesses do agronegócio. A MP 870 retirou também a Funai do Ministério da Justiça e realocou-a no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, pasta comandada por Damares Alves.

A fragilidade dos órgãos responsáveis pela execução da política indigenista tem consequências graves. Várias comunidades estão sofrendo com invasões e ataques concretos – práticas de esbulho possessório e de violência – perpetrados por agentes ligados aos interesses dos ruralistas, garimpeiros e madeireiros, em flagrante violação aos direitos de posse e usufruto exclusivo dos povos indígenas.

A demarcação de Terras Indígenas, luta histórica dos povos originários, representa uma garantia de proteção às florestas, à biodiversidade e aos demais bens naturais protegidos há milhares de anos por esses povos, mas é, sobretudo, base fundamental para garantir a reprodução física e cultural dos povos e comunidades indígenas, conforme assegura o texto constitucional.

A mobilização é organizada pela APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e apoiada pela Mobilização Nacional Indígena (MNI). As ações no Brasil e exterior fazem parte da campanha “Sangue Indígena: nenhuma gota a mais”, que busca mobilizar a sociedade em defesa dos direitos indígenas.

Serviços:
O que: Mobilização Nacional Indígena e Coletiva de Imprensa
Quando: 31 de janeiro
Onde: em todo país e no exterior
Coletiva de imprensa: 15h em frente ao Mapa, em Brasília (DF)

 

Contatos Mobilização Nacional Indígena:
Adilvane Spezia: (61) 9 9641 6256

#OcupaFunai por todo país!

Acompanhe a cobertura das ocupações indígenas que estão tomando o Brasil hoje!
fotos: Mídia India

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“Funai tinha que ser Ministério e não retrocesso” – #‎OcupaFunai em Manaus/AM.
Foto: Mídia NINJA

bsb3bsb2bsbA forte mobilização de povos indígenas em Brasilia começou desde a manhã do dia 13/07. Partindo do prédio da Funai, indígenas vão até o Ministério da Justiça e fazem coletiva na Câmara dos Deputados nesta tarde.
Fotos: Mídia NINJA

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#Itanhaém (SP): povos indígenas também protestam em frente à Funai contra o ataque aos seus direitos!
Foto: Mídia Ninja

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As etnias Karipuna, Galibi Marwono, Kalina, Palikur, Waiana, Apalai, Wajapi, Tiriyo, Kaxuyana e Txikyiana bloqueiam BR 156 em Oiapoque/AP.

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Macapá (AP) com as etnias Karipuna, Galibi Marwono, Kalina, Palikur, Waiana, Apalai, Wajapi, Tiriyo, Kaxuyana, Txikyiana, contra a Pec 215 e a decisão de paralisar ou rever a demarcação de Terras Indígenas.

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Ocupação na FUNAI em Fortaleza (CE)  contando com a resistência das lideranças indígenas tradicionais, jovens e as(os) pequenos guerreirinhos(as)
Fotos: Péricles M. Moreira – Levante Popular da Juventude CE

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Em Goiás, estudantes se juntam ao #OcupaFunai e vão as ruas

ms ms2Povos Terena e Guarani Kaiowa protestam na Funai de Campo Grande/MS. Eles exigem a demarcação de terras indígenas e o fim do sucateamento da Funai no estado.

juina juina2Em Juína/MT As etnias Rikbaktsa, Cintalarga, Enawene, Nawe, Arara, Manoky, Myky, Apyaka, Mundurucu e Kayabi, junto ao líder indígena Jorge Cinta Larga puxam o ato #OcupaFunai.

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As etnias Wassu X. Kariri, Katokinn, Karuazu, Geripanko e Xoko ocupam prédio sede da Funai em Maceió/AL #OcupaFunai.

xingu2As etnias Yawalapiti,Kalapalo,Kuikuro,Kawaiwete,Waura, Mehinako, Matipu, Nafukua na sede da Funai, em Canarana (Xingu) MT, contra os retrocessos, pelas demarcações de terras, contra a paralisação das atividades do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI).

passofundo passofundo2A etnia Kaingang ocupa a sede da FUNAI em Passo Fundo/RS. “Não tirem nosso lar, nosso alimento, e nossa mãe, nossa vida, não à PEC 215”, dizem os indígenas.

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Ocupação na Funai Acre, que conta com a presença do antropólogo Terri Aquino e do indigenista Txai Macedo, além das povos indígenas da região.
Foto: Malu Ochoa


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Em Florianópolis (SC), as etnias Guarani e Xokleng ocupam a sede da Funai, pela criação urgente do Conselho Nacional de Política Indigenista, entre outras pautas.

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Juventude Guajajara puxa a frente #‎OcupaFunai em Imperatriz/MA

guaira guaira2Em Guaíra, região oeste do Paraná, os Ava Guaranis se somam ao dia da #‎OcupaFunai , contra a possível exclusão da Funai na estrutura administrativa do Ministério da Justiça.

Continue acompanhando a cobertura!

 

Indígenas interditam rodovias e promovem ato público no Maranhão

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(Povo Guajajara tranca BR-316, no Maranhão)

Comitê de Imprensa da Mobilização Nacional,

de Brasília (DF)

O trancamento de rodovias iniciado nesta quarta, 2, como parte das ações da Mobilização Nacional Indígena, seguem  hoje, quinta-feira, 3, no Maranhão. Além do fechamento da BR-316, os povos indígenas realizam ato público com a participação de sem-terras, sindicalistas, estudantes e demais apoiadores, na cidade de Imperatriz. Os quilombolas seguem acampados na sede do Incra, em São Luiz (MA).

Para os Guajajara, que nesta quinta retornaram para trecho da BR-316, os povos indígenas não podem recuar numa conjuntura como essa, em que ruralistas articulam uma ampla frente de ações contra os direitos constituídos, “e não implementados”, conforme Flaubert Guajajara.

Vindos das terras indígenas Pindaré e Maçaranduba, cerca de 200 Guajajara interceptaram pedaço de estrada entre os Km 247 e 248, altura do município de Santa Inês. “Ficaremos aqui esta noite e amanhã o dia inteiro. A ocupação é por tempo indeterminado. Saímos daqui apenas com a manifestação das autoridades públicas”, afirma Flaubert.

A liderança explica que os projetos legislativos anti-indígenas, caso das PECs e PLPs, reforçam a situação de dificuldades em que se encontram os povos do Maranhão e do país. “A gente tem ciência de que elas não beneficiam os povos indígenas. Ao contrário, trazem vantagens para os ruralistas nas nossas terras”, afirma. Flaubert explica que a Terra Indígena Pindaré, em que pese homologada, segue invadida e promovendo conflitos com não-índios.

Mais interdição     

Os indígenas Krikati interditaram trecho de rodovia estadual que liga os municípios de Montes Altos e Sítio Novo e corta a Terra Indígena Krikati. Em Imperatriz, indígenas Krikati, Gavião e Guajajara, entidades de apoio e outros apoiadores realizaram ato como parte das mobilizações.

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